terça-feira, 8 de junho de 2010

Câmara do Meio Ambiente - ACIPG


Aproveitando as comemorações da Semana do Meio Ambiente, a Associação Comercial Empresarial e Industrial de Ponta Grossa lançou a Câmara do Meio Ambiente. O lançamento aconteceu na segunda-feira(07) as 19:30h na sede da ACIPG. A Câmara Técnica do Meio Ambiente é um organismo consultivo e de assessoramento da associação, tem como objetivo a discussão de assuntos relacionados ao meio ambiente, com vistas à melhoria da qualidade de vida da comunidade, mediante um desenvolvimento sustentável do meio ambiente. Sandra Queiroz foi a condutora do evento e explicou que a Câmara será composta de três coordenações, uma política, uma para qualidade de vida e uma para necessidades empresariais. Inicialmente a Ocip GERAR – Geração de Emprego, Renda e apoio ao desenvolvimento regional, trouxe informações relacionadas a neutralização e mercado do carbono. A Ocip trabalha com recuperação de patrimônios culturais e históricos, entre outros projetos amparados pela Lei Rouanet . Sr Francisco representante da Gerar, trouxe dados importantes como os resultados da COP15, onde comentou ser muito difícil a “Mãe Onu” fazer uma cartilha internacional que determine o que cada país deve fazer, a questão não é tão simples, disse Francisco, assim como nas classes sociais, acontece com os países, “alguns estão com o pé na lama, outros comem caviar, as diferenças financeiras principalmente, são muito grandes entre um país e outro”. Conceitos e informações relacionadas ao Protocolo de Kyoto, MDL, Créditos de carbono, e o mercado de carbono propriamente, foram transmitidas aos presentes pelo representante da Gerar.
O presidente da ACIPG Márcio Pauliki enalteceu a importância do debate sobre meio-ambiente e trouxe dados interessantes sobre o consumo dos seres humanos ao longo da vida, além disso, apresentou o ex-presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e ex-prefeito de Guarapuava, Vitor Hugo Burko que falou sobre sustentabilidade e gestão ambiental. Entre os temas abordados por Burko, estavam: o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos e aterros sanitários, geração de energia, educação ambiental e os sistemas implantados por Burko no IAP e que mudaram o julgamento de multas ambientais e trouxeram agilidade ao licenciamento ambiental no Paraná.
Burko lembrou inúmeras questões e assuntos discutidos em Ponta Grossa, além da dificuldade em se conversar sobre o assunto meio-ambiente, para ele, garantir a sobrevivência das próximas gerações deve ser a grande preocupação. Florestas devem ser cuidadas, devemos ser ambientalistas racionais, sem prejudicar o próximo e principalmente lembrar que muitos passam fome, explicou Burko, ele ainda destacou que o assunto meio-ambiente além de polêmico, esta cercado de interesses particulares de muitos aproveitadores de momentos históricos que usam a questão apenas para se promover e não para debater coerentemente.“É preciso discutir #meioambiente do ponto de vista racional, e deixar de lado questões sentimentais”, disse Burko.
Quando questionado sobre qual seria o maior problema ambiental do Paraná, Burko respondeu que não somente no Estado, mas no Brasil, o grande problema, é o Lixo. Nessa questão engloba o sério problema do desperdício de recursos, “ao invés de reaproveitarmos, estamos enterrando”. Destacou o exemplo de Ponta Grossa, que não possui aterro industrial, existem indústrias, mas não há local para serem destinados os resíduos, o problema é tanto com os resíduos industriais, como os resíduos urbanos. Passo importante colocado por Burko é o licenciamento de centrais de tratamento e que as cidades participem conjuntamente.
Geoparques foram discutidos também. Segundo o engenheiro agrônomo Ricardo Johansen, a exigência da UNESCO para implantação do Geoparque, é que o terreno seja público, portanto, se a região selecionada estiver em propriedade particular, terá que ser desapropriada. Outros participantes lembraram que o Brasil é o primeiro País no mundo em desapropriações, e que infelizmente não indeniza corretamente os proprietários. Vitor Burko explicou que os geoparques que deram certo, consideraram a importância do ser humano. Porém, lembrou a interferência internacional na questão, e as complicações em relação às propriedades, pesquisadores e exigências, “o assunto é complexo e o objetivo é não gerar conflito”, destacou Burko.
Ao término da reunião alguns participantes apresentaram uma sugestão: uma moção de repúdio contra a criação de um Geoparque em Ponta Grossa.

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